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Cadeia Alimentar X Teia Alimentar



Muitas pessoas acreditam que os termos “Cadeia Alimentar” e “Teia Alimentar” apresentam a mesma definição, contudo tratam-se de formas diferentes de observar a estrutura e funcionamento da ecologia energética nos ecossistemas. Em outras palavras, são representações de como os seres vivos de uma comunidade adquirem a energia necessária para sobreviverem, através de sua alimentação.

Cadeia alimentar é uma sequência de demonstração simples da transferência de energia, que normalmente ocorre de forma linear. Essa cadeia é formada por níveis tróficos, que nada mais são que as posições em que os organismos estão inseridos dentro do esquema observado.

O primeiro nível trófico é a base da cadeia, geralmente representado por seres autótrofos, como as plantas por exemplo, por estes serem capazes de produzir seus próprios alimentos. Contudo, existem casos em que a base da cadeia será representada por matéria orgânica não viva, como na cadeia de detritos. O segundo nível é constituído pelos consumidores primários (heterótrofos) como por exemplo gafanhotos, que se alimentam dos produtores. Os que se alimentam destes últimos são os consumidores secundários, podendo ser representado neste caso por um sapo, que servem de alimento para os terciários, nesta cadeia poderia ser o caso de uma serpente, e assim por diante.

Por sua vez, a teia alimentar é representada por uma “rede” de transferência de energia formada por diversas cadeias alimentares que estão, normalmente, conectadas por setas que apontam a direção do fluxo da matéria energética. Logo, as teias alimentares são mais complexas e robustas. Diferente da cadeia alimentar, na teia, cada indivíduo pode estar inserido em mais de uma categoria dependendo de qual fluxo energético você está seguindo. Por exemplo, no esquema abaixo, se você seguir o fluxo “árvore → pássaro” o pássaro será considerado um consumidor primário. Porém, se você seguir o fluxo “árvore → lagarta → pássaro”, o mesmo muda pra categoria de consumidor secundário. Uma teia alimentar completa é capaz de apresentar taxas de fluxo de energia de inúmeras populações que compõem uma comunidade, como exemplificado no esquema abaixo.

É importante compreender que ambas são de extrema importância para o cenário ambiental, uma vez que são ferramentas indispensáveis para elaboração de estratégias com foco no manejo e conservação de espécies. A estrutura, principalmente da teia alimentar, tem implicações diretas para a persistência de uma comunidade, uma vez que distúrbios pontuais podem ser observados com uma maior clareza na sequência alimentar e consequentemente na transferência de energia entre os seres ali presentes. Colabora ainda com os ecólogos no monitoramento de espécies chaves, que são aquelas onde sua ausência, presença e interações ecológicas podem levar a efeitos significativos na estrutura das comunidades, como mudanças de densidade e até mesmo extinções.

Por fim, é de grande relevância que cada vez mais estudos sobre cadeias alimentares sejam apoiados e realizados a fim de conhecer mais sobre essas estruturas, levando assim ao cunho de novos conceitos ecológicos. Como por exemplo o de cascatas tróficas, onde a introdução de uma espécie exótica numa determinada comunidade pode levar ao colapso de populações da fauna e flora nativa, causando, como o próprio nome revela, uma cascata de efeitos com seu fluxo aos níveis tróficos inferiores.

Outro conceito que foi levantado a partir dos estudos sobre teias alimentares foi o conceito de efeito “top-down”, sendo este diretamente relacionado à influência de predadores, e “bottom-up”, este totalmente ligado à disponibilidade de recursos. Ou ainda, estudos para avaliar os impactos insustentáveis e desenfreados das atividades humanas desde a descoberta do fogo (ou o mau uso do mesmo) até a agricultura e pecuária com seus desmatamentos excessivos ou ainda a industrialização, contribuindo de forma negativa com a introdução de compostos químicos, tóxicos e radioativos no ar, água e solo causando incontáveis desequilíbrios para as cadeias alimentares e, como sequela, irreparáveis danos a todo um ecossistema.


Artes: Natália Lavínia A. de Souza. Texto: Flávia de Camargo M. Gomor;

Flávia de Camargo M. Gomor Raphael Martins.


Pesquisa: Aline Freiria dos Reis. Texto Instagram: Aline Freiria dos Reis.


REFERÊNCIAS:

PAZ, Alfredo Müllen da et al. Modelo e Modelizações no Ensino: Um Estudo da Cadeia Alimentar. Rev. Ensaio Pesquisa em Educação em Ciências. Belo Horizonte. 2006. V. 8. Nº 2. p. 157-170. Disponível em: <https://www.scielo.br/j/epec/a/VnkmpCkDhwjnYyt4tVBQ5Lj/?lang=pt&format=pdf> Acesso em: 15 Out. 2021.


PIVELLO, Vânia Regina; ROSSO, Sergio. Entendendo a Estrutura das Comunidades: Teias e Cadeias Alimentares. In: Curso RedeFor de Especialização em Biologia Para Professores de Biologia. Universidade de São Paulo (USP). São Paulo. 2011. V. 2. c. 6. p. 49-54. Disponível em <https://midia.atp.usp.br/impressos/redefor/EnsinoBiologia/Ecologia_2011_2012/

Ecologia_v2_06.pdf> Acesso em: 14 Out. 2021.


RIBEIRO, Adalto de Souza. Ecologia Trófica: Teias Alimentares. In: Ecologia I. Centro de Educação Superior a Distância (CESAD). Universidade Federal de Sergipe (UFS). São Cristóvão-Sergipe. 2010. p. 109-123. Disponível em: <https://cesad.ufs.br/ORBI/public/uploadCatalago/08423218082016Ecologia_I_aula_8.pdf> Acesso em: 14 Out. 2021.


UIEDA, Virginia Sanches. Identidade dos Seres Vivos: Cadeia e Teia Alimentar. Universidade Estadual Paulista (UNESP). Disponível em: <https://www2.ibb.unesp.br/Museu_Escola/3_identidade/3-identidade_funcoes_cadeia1.htm> Acesso em: 15 Out. 2021.


Universidade Santa Cecília (UNISANTA). Cadeias e Teias alimentares. 2015. Disponível em: <https://www2.unifap.br/alexandresantiago/files/2015/02/Cadeias_e_Teias_Alimentares.pdf> Acesso em: 18 Out. 2021.



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