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Metodologia: Funnel trap.



Como uma opção para captura de peixes, insetos, serpentes entre outros grupos, as armadilhas utilizando funil são um bom exemplo de como uma técnica pode ser versátil. Quando um animal é capturado por elas dificilmente conseguirá sair, e, sabendo disso, é só abusar das possibilidades.

As armadilhas de funil consistem, basicamente, em uma estrutura base, que será a câmara que o animal capturado ficará, e por um, ou ambos os lados, para entrada nesta câmara, serão colocados funis suspensos, que não tocam a base da estrutura central. Tal qual uma garrafa pet comum que tenha sua boca virada pra dentro. Essa armadilha funciona pois na natureza não é comum encontrar essa disposição contra intuitiva, e o animal, quando capturado, não consegue encontrar a saída.

Os funnel traps podem ser utilizados em conjunto com outros métodos, como é no caso das armadilhas de interceptação e queda, que possuem uma cerca guia e os funis são colocados justapostos a essa cerca, otimizando a capacidade de captura. Também podem ser utilizados na água, popularmente conhecidos como “covos”, e nesse caso podem contar com iscas atrativas para o grupo de interesse, podendo ser peixes, girinos, crustáceos e até serpentes (Fig.1).


Figura 1. Armadilha feita com garrafa de água de 5 litros sendo utilizada para captura de serpentes aquáticas. Foto: Diego G. Cavalheri.


As armadilhas utilizando funil podem ser feitas com materiais improvisados, como garrafas pet, e isso possibilita que seja um método bastante barato. Além disso, por conta da sua versatilidade, pode ser adaptado de diversas formas, sendo um método bastante versátil. A exemplo temos o Funil de Berlese, para captura de insetos. Este modo de utilizar as armadilhas de funil, bem diferente dos anteriormente citados, consiste em espalhar serapilheira (camada de matéria orgânica que fica na superfície do solo das matas) em uma malha fina que fica na boca do funil. Logo acima é adicionada uma lâmpada, fazendo com que os insetos que possuem sensibilidade a luz migrem para baixo, caindo no funil e sendo aprisionados no frasco conectado a outra extremidade.

Contudo, geralmente as armadilhas utilizando funil, quando comparadas a outras metodologias tradicionais, não se mostram muito eficientes quanto ao número de animais capturados. Em trabalhos que buscaram compreender e comparar a eficiência de diferentes métodos, é possível notar que as armadilhas de funil tomaram uma posição de pouca relevância quantitativamente. Porém, isso não torna essa armadilha menos importante durante uma amostragem da fauna. Os funnel traps, em um trabalho que analisou a eficiência na captura de serpentes, mostrou que, mesmo que a taxa de captura seja baixa, para captura de serpentes maiores este método pode ser uma ótima solução. Outras abordagens, como as armadilhas de interceptação e queda, apesar de ter uma taxa de captura alta, não são eficientes para serpentes grandes, que conseguem sair da armadilha facilmente, o que não ocorre quando essas são capturadas pelos funis.

Por fim, as armadilhas de funil apesar de serem um método que sozinho parece ineficiente, em conjunto com outros pode resultar em um inventário mais completo. A capacidade que essas armadilhas possuem de se adaptar a necessidade do pesquisador as tornam bastante versáteis e com grande potencial de captura de espécies que dificilmente seriam amostradas de outra forma.


Arte: Natália Lavínia A. de Souza;

Texto: Diego G. Cavalheri;

Pesquisa: Raphael Martins; Keity Souza;

Texto Instagram: Keity Souza; Raphael Martins.



Referências bibliográficas:


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