Selma Maria de Almeida Santos
Quando pensamos em grandes nomes da ciência, sempre imaginamos aqueles pesquisadores de antigamente, né?
Entretanto, na atualidade temos grandes cientistas realizando trabalhos incríveis e na matéria de hoje será sobre alguém que faz ciência nos dias atuais!
Vamos falar especialmente de uma Bióloga! Selma Maria de Almeida Santos, uma cientista atual incrível e inspiradora, que iniciou sua jornada acadêmica cursando a faculdade pela Universidade de Guarulhos (UNG), mas não parou por aí não, ela também concluiu o doutorado em Ciências pela Universidade de São Paulo (USP). Em seu pós-doutorado investigou as relações materno-fetais (placentação) em serpentes e lagartos vivíparos. Atualmente atua como Pesquisadora Científica VI e Diretora Técnica I do Laboratório de Ecologia e Evolução, do Instituto Butantã.
No laboratório de B. insularis!!! (Bothrops insularis)
Selma é uma entusiasta da pesquisa com squamatas e apaixonada pelo estudo das serpentes, possui experiência na área de Medicina Veterinária com ênfase em reprodução animal e atua principalmente nos temas:
acidentes ofídicos (pela mordida por serpentes), relacionando suas variáveis biológicas.
Em reprodução (na anatomia e morfologia de órgãos reprodutores)
Ciclos reprodutivos de serpentes e lagartos;
Evolução das estratégias reprodutivas (e.g., estocagem de esperma e modo reprodutivo – ovíparo / vivíparo).
Atualmente estuda, em comportamento animal, as interações sociais durante a época reprodutiva, como lutas e rituais de combate entre machos e agregações para acasalamento e atua como orientadora em programas de mestrado e doutorado em Biologia Animal na Unesp de São José do Rio Preto, Anatomia dos Animais Domésticos e de silvestres, na Faculdade de medicina veterinária (FMVZ-USP) e no programa de Pós-graduação em Ciências Toxinologia (PPGTox) no Instituto Butantan, tendo até hoje orientado 26 mestrados e 20 doutorados.
(Alunos, professores e a Selma em um Curso no Butantan)
A herpetóloga possui 128 artigos publicados em revistas científicas;
Participou da publicação de 1 livro: Barros, V. A. ; ROJAS, C. A. ; Selma M. Almeida Santos. Biologia Reprodutiva das Serpentes Jararacas: ciclos e comportamentos, dimorfismo e maturidade sexual. 1. ed. Mauritius: Novas Edições Acadêmicas, 2020. v. 1. 173p.;
Participou da elaboração de 9 capítulos de livros.
Além de tudo isso, a Selma também recebeu vários prêmios!
Compartilho com vocês os prêmios dos últimos 3 anos:
2021
● Primeiro lugar na área de Biologia Animal 2, no 3 Encontro dos alunos de Iniciação Científica e Inovação Tecnológica, Plataforma online - Instituto
Butantã.
2020
● Melhor trabalho, II Herpetorama.
2019
● Melhor trabalho em Morfologia experimental, V Congreso Regional de Morfologia.
● Prêmio Jovem Cientista - Modalidade Doutorado, 21 Reunião Científica do Instituto Butantã.
(No Vital Brasil com a Tyelli, Rio de Janeiro)
A equipe do Instituto Japi entrou em contato com a Selma para fazermos algumas perguntas, para agregarmos a vocês sua visão a respeito da ciência.
1) Qual foi sua inspiração para se tornar cientista? Conte um pouco do que levou a
começar a atuar como pesquisadora. R: Bem foi há muito tempo, eu cursava o ensino médio e a professora de biologia, seguindo o livro didático, que na época era uma versão do Biological Science (SBCS) - nos falou de um trabalho do Charles Darwin... Como as ilhas de coral são formadas? E ela nos mostrou todas as hipóteses propostas, inclusive pelo Darwin para a formação destas ilhas. E a hipótese de Darwin tinha uma predição!! E foi corroborada! Assim, ela nos ensinou que o papel do cientista é formular hipóteses que podem ser testadas a partir da experimentação. Essas aulas me marcaram profundamente e me levaram a estudar biologia.
Bem, eu tive meu primeiro contato como estudante de biologia foi no MZUSP com comportamento social de formigas. E foi no Museu de Zoologia que vi a primeira “separata” de um artigo, e achei fascinante um pesquisador poder publicar os seus dados. Mas o meu início mesmo, fazendo pesquisa, foi no Instituto Butantan, no início dos anos 90. Neste período, o I. Butantã fervilhava de estudantes e pesquisadores que trabalhavam com serpentes. Tínhamos muitas influências de pesquisadores como Paulo Vanzolini, Augusto Abe, MiguelTrefaut e principalmente Ivan Sazima, com História Natural. Meus primeiros artigos e notas desenvolvidos foram de comportamento e história natural.
2) Quais as dificuldades de ser cientista no Brasil?
R: A maior dificuldade é você se manter dentro de uma instituição de pesquisa, sem emprego, porque no início você tem bolsas de estudos para estágios, especializações ou iniciação científica. Depois você faz um Mestrado ou Doutorado, mas não vê perspectiva de uma carreira científica, que só ocorre por concursos públicos, nas universidades ou Instituições de pesquisa, como o Instituto Butantan, e quando estes concursos acontecem, são muito competitivos.
3) Qual a mensagem para os que pensam em se tornar pesquisadores?
R: A minha mensagem é que sejam persistentes e não desistam de seus ideais, eu trabalhei muito em escolas, ministrando aulas, mas nunca deixei minha pesquisa no Instituto Butantan e hoje sou uma pesquisadora científica e tenho muito orgulho disso!
Gostaria de conferir o currículo completo da Selma?
Veja no Lattes: http://lattes.cnpq.br/2241377641978814
Texto: Mariana G. Furquim;
Pesquisa: Diego G. Cavalheri;
Texto Instagram: Aline Freiria dos Reis;
Arte: Aline Freiria dos Reis.
(As imagens que ilustram esta matéria foram cedidas a nossa equipe pela Selma Maria de Almeida Santos).
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