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Dia Mundial sem compras

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Como protesto, o Dia Mundial sem Compras, (em seu termo original “Buy Nothing Day, traduzido como “Dia de Não Comprar Nada”), é comemorado no último sábado de novembro, criado no ano de 1992 em Vancouver no Canadá, em oposição a Black Friday, dia que inaugura a temporada de compras natalinas e festas de final de ano com significativas promoções em muitas lojas retalhistas e grandes armazéns de atacados. É um dia depois do Dia de Ação de Graças nos Estados Unidos.

Esta data foi criada com o objetivo de plantar a semente da consciência e incentivar as pessoas a refletirem sobre o consumismo excessivo e repensarem sobre novos estilos de vida, baseando-se em um consumo mais consciente e sustentável. A intenção não é mudar o estilo de vida do planeta de um dia para o outro e sim, despertar a consciência das pessoas para que percebam os impactos de seu consumo no meio ambiente, mesmo sendo em um único dia do ano, gerando assim, um novo olhar sobre os outros dias.

Todo tipo de consumo causa impacto, seja na economia, nas relações sociais, na natureza ou individualmente, positiva ou negativamente. Ao ter essa consciência, o consumidor pode buscar aumentar os impactos positivos e diminuir os negativos de seu consumo na hora de decidir por que comprar e de escolher o que comprar, de quem comprar, como comprar e de definir a maneira de usar e, depois, descartar o que não serve mais.

O consumismo vai muito além do prazer da compra, está ligado à cultura da satisfação pessoal e ao status social, que leva o estilo de vida “americano” (estadunidense), que aumentou em meados dos anos 1950, com o intuito de sustentar a economia com o consumo exacerbado de bens, promovendo a felicidade momentânea, o que se tornou referência cultural para outros países como o Brasil.

Esta cultura consumista a longo prazo, levou o planeta a um colapso ecológico, aumentando a produção de lixo, principalmente o plástico. Gerado pela necessidade de estar sempre substituindo o bem adquirido por algo novo que o mercado oferece, como disse Zygmunt Bauman, descartar e substituir. Os altos padrões de produção e consumo, geram impactos apontados como um dos mais graves problemas ambientais urbanos, agravando o aquecimento global do planeta e o extermínio da biodiversidade.

De olho nas consequências trazidas pela sociedade do consumo, já no século XXI, os novos consumidores começaram a valorizar os produtos e serviços que visam causar menos impacto ao meio ambiente, fazendo com que as empresas, que visam apenas lucrar, a criar conceitos como o “Greenwashing” e o “Marketing Verde”.

O greenwashing (Lavagem Verde, no sentido original), pode ser traduzida para “maquiagem verde”, que nada mais é do que mascarar os impactos ambientais gerados pelas atividades da empresa ao meio ecológico. O marketing verde, é uma estratégia que vincula a marca, o produto ou o serviço a uma imagem ecologicamente correta, visando a educação ambiental, um menor impacto ao meio ambiente, além de criar formas de abordagens dos consumidores conscientes mostrando o seu papel na preservação do planeta porém, infelizmente é muitas vezes utilizado de maneira antiética. No fim das contas, o consumismo continua crescendo de maneira desenfreada, sendo agora camuflado por uma ideia sustentável artificial, fazendo com que o público crie uma relação empática a este tipo de campanha. Então, o processo de desinformação volta a criar um ciclo de consumo, ao invés de as empresas realmente tentarem melhorar seu desempenho na saúde ambiental.

Este dia foi pensado como um dia para refletir sobre o consumo exagerado e os impactos que criamos ao consumir sem consciência. Além de diminuir o consumo é necessário mudar valores, atitudes e comportamentos individuais e coletivos e repensar o padrão de vida que levam os grandes centros urbanos. É necessária uma alfabetização ecológica, devendo-se moldar novos hábitos de consumo responsável.

O Dia Mundial sem Compras busca, portanto, contribuir para a construção de uma sociedade que promova um maior sentido de vida para as pessoas e o respeito aos recursos naturais e sociais.


Arte: Flávia de Camargo M. Gomor Texto: Mariana Furquim

Pesquisa: Aline Freiria; Texto Instagram: Aline Freiria

Leonardo Plens



REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS



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