Com a população mundial em constante crescimento, é natural que os recursos disponíveis à nós, pela natureza, continuem a ser explorados. O problema está em como exploramos e quais as consequências dessa exploração pro meio ambiente. No dia do combate à poluição falaremos sobre as poluições de maior impacto, sendo elas: poluição do ar, do mar e do solo.
Quem vive na cidade sente mais intensamente os prejuízos da poluição do ar. Garganta irritada, falta de ar, irritação dos olhos e nariz são apenas alguns dos sintomas que os poluentes primários presentes na atmosfera causam nos seres humanos. Segundo a legislação brasileira, os poluentes de maior importância na nossa atmosfera são: o monóxido de carbono (CO), os óxidos de nitrogênio (NO e NO2), o dióxido de enxofre (SO2), o ozônio (O3) e as fumaças e materiais particulados. Esses poluentes chegam a atmosfera das mais diversas formas, como por exemplo: queima de combustíveis fósseis por veículos automotores, usinas termelétricas, utilização de fertilizantes e até mesmo de fontes naturais, como as árvores, atividades vulcânicas e descargas elétricas na atmosfera. A maior concentração desses fatores em grandes centros urbanos é a razão pela qual a poluição atmosférica se concentra nessas regiões. Para o meio ambiente, o maior dano está na formação das chuvas ácidas, que danificam o solo e a flora.
Ainda no âmbito dos grandes centros urbanos, não poderíamos deixar de falar sobre os equipamentos eletrônicos. Considerados itens fundamentais para a nossa sobrevivência, os aparelhos eletrônicos como celulares, computadores, televisores, pilhas e baterias possuem um tempo de vida útil baixo. Isso, associado às constantes inovações e a necessidade das pessoas de estar com o aparelho mais atual, criam a chamada obsolescência programada, que é responsável por uma geração de resíduos três vezes maior que a de lixos urbanos. Além da quantidade, esses materiais são considerados resíduos perigosos devido à presença de metais pesados em sua composição. Por isso, quando descartados incorretamente podem gerar a contaminação do solo. A fim de diminuir este problema, muitas empresas estão apostando na Logística Reversa, na qual os resíduos eletrônicos recebidos por elas, são reutilizados e transformados em matéria prima para novos eletrônicos, diminuindo a quantidade de lixo que chegam aos lixões e aterros.
Por fim, temos a poluição dos mares, que é um assunto extremamente complicado, pois quebra com a noção das fronteiras jurídicas das nações e se torna um problema compartilhado por todos os países do mundo, necessitando ser combatido conjuntamente. O lixo marinho prejudica, atualmente, cerca de 267 espécies de animais marinhos, sendo as tartarugas, aves e mamíferos marinhos os mais afetados. Essas interações negativas ocorrem principalmente pela ingestão de resíduos e enredamento em linhas, redes ou fragmentos plásticos, que acarretam em alterações no comportamento do animal, deformidades, dificuldade de desenvolvimento e até mesmo a morte. Em 2014 a proporção, em toneladas, de plástico para peixes era de 1 para 5. Estima-se que daqui a quatro anos a relação estará 1 para 3 e, em 2050, 1 para 1. Além de todo prejuízo para o meio ambiente, o plástico também traz altos prejuízos econômicos, sendo entre 80 e 120 bilhões de dólares perdidos anualmente em embalagens plásticas. Vale ressaltar que o problema não está só nos grandes pedaços de plástico flutuando pelos oceanos, mas também nos microplásticos. Por causa de seu tamanho, menos de 5 milímetros, são facilmente ingeridos e incorporados ao organismo dos animais. À medida que avança pela cadeia alimentar, os níveis de microplástico ficam em maiores concentrações, sendo o ser humano, o maior depósito desses fragmentos, que funcionam como verdadeiras esponjas para certas substâncias nocivas como mercúrio, chumbo e compostos orgânicos presentes em pesticidas e herbicidas.
Mais uma vez ressaltamos a importância da educação como forma de combate aos problemas ambientais. Só o conhecimento e a utilização dos recursos de forma inteligente e regrada poderá nos auxiliar a vencer a poluição.
Arte: Júlio Stabile. Texto: Flávia de Camargo M. Gomor;
Pesquisa: Daniela Brustolin; Texto Instagram: Aline Freiria dos Reis.
Marcella Pires.
REFERÊNCIA
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