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Conservação‌ ‌X‌ ‌Preservação‌ - O que são e quando utilizá-las. ‌

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“Conservação” e “Preservação” são duas palavras que parecem sinônimos aos olhos da maioria das pessoas. Mas não são! Apesar de possuírem um objetivo em comum: a manutenção da natureza em boas condições, elas derivam de duas correntes ideológicas diferentes: o Conservacionismo e o Preservacionismo.

A principal diferença está em COMO realizar essa “manutenção”. Preservação refere-se à proteção da natureza sem levar em consideração o interesse econômico e utilitário para os seres humanos. Ou seja, é uma proposta de manutenção total da integridade do meio ambiente, sem interferência humana - “intocável”. Um exemplo prático de áreas preservadas são as APPs (Área de Preservação Permanente). Já a Conservação, prevê a proteção de recursos naturais, porém com o manejo do ser humano, permitindo o uso racional e sustentável desses pela sociedade. A proposta é estabelecer uma relação harmônica entre seres humanos e natureza, como é o caso das Unidades de Conservação.

A ideia de conservar surgiu por volta de 1940 quando o silvicultor Aldo Leopold propôs a ideia de fazer um manejo da natureza que fosse mais protetor do que deixar a natureza intocada. Pioneiro da que hoje chamamos de “Biologia da Conservação”, Leopold acreditava que só por meio da multidisciplinaridade é que a proteção ambiental de fato ocorreria. Há quem critique esta visão conservacionista, alegando que a mesma é reducionista ao considerar apenas as concepções do primeiro mundo. A chamada “ecologia profunda” chama a atenção para alguns pontos como: equidade de classes, inclusão de todos os seres vivos e suas respectivas redes de interação, seriedade e compromisso nas ações de combate à degradação ambiental e, principalmente, a inserção do homem como mais uma espécie, saindo da posição de destaque e maior valor.

É importante compreender que cada ecossistema em cada localidade se encontra em uma condição diferente. Assim, para algumas situações mais drásticas, em que o perigo de perda da biodiversidade é iminente, seja pela existência de espécies ou até de ecossistemas inteiros ameaçados, o ideal é realmente preservar. Ou seja, manter a “intocabilidade” da área até conseguir uma recuperação e resiliência suficientes no local.

Por outro lado, a sociedade depende da utilização de recursos naturais. Em determinadas áreas de ambiente natural, se faz necessária a Conservação, que protege a natureza, mas também permite o uso direto ou indireto desses recursos, mantendo sua renovação natural. No Brasil, os movimentos socioambientais têm, cada vez mais, inserido as necessidades sociais em suas pautas, conciliando a conservação com a geração de renda e dessa forma, garantindo uma qualidade de vida digna, pautada na valorização da natureza local. No final, devemos sempre ter em mente o seguinte: "se o ser humano é parte integrante da natureza, até que ponto devemos ou não excluí-lo de usar os recursos que o ambiente provê?"


Arte: Júlio Stabile. Texto: Flávia de Camargo M. Gomor;

Laura Barbon de Abreu.


Pesquisa: Daniela Brustolin; Texto Instagram: Aline Freiria dos Reis.

Marcella Pires;

Wellington Santos.

REFERÊNCIAS


ALVES, José Eustáquio Diniz (2017). Preservação e conservação da natureza. Disponível em: <https://www.ecodebate.com.br/2017/12/20/preservacao-e-conservacao-da-natureza-artigo-de-jose-eustaquio-diniz-alves/> . Acesso em: 18 de jun. 2021.


Ecycle (2020). O que é conservação ambiental?. Disponível em: <https://www.ecycle.com.br/conservacao-ambiental/>. Acesso em: 18 de jun. 2021.


Ecycle (2020). Entenda o que é preservação do meio ambiente. Disponível em: <https://www.ecycle.com.br/preservacao-do-meio-ambiente/>. Acesso em: 18 de jun. 2021.


PADUA, Suzana (2006). Afinal, qual a diferença entre conservação e preservação?. Disponível em: <https://www.oeco.org.br/colunas/18246-oeco-15564/>. Acesso em: 18 de jun. 2021.


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